Vale do Jequitinhonha – quando o artesanato nos convida a observar

Foto: Xará – Turismo em Minas Gerais | A riqueza das bonecas do Vale do Jequitinhonha

Minas Gerais é um estado grande, de muita diversidade cultural, social e geográfica. De Juvenília, no extremo norte, na divisa com a Bahia à Extrema, no sul, junto à Serra da Mantiqueira, a variedade de realidades se reflete também no artesanato.

Nessa coleção trazemos um pedacinho da produção do Vale do Jequitinhonha, onde a matéria-prima é a terra seca do sertão.

O processo de trabalho é manual e as artesãs e artesãos têm domínio de todas as etapas: a extração do barro, a fabricação dos pigmentos naturais e a construção dos fornos para a queima.

Ao observar as peças reunidas nos damos conta de como prevalecem as cores terrosas – marrom, areia, ocre, cobre, coral, rosa queimado, terracota – resultado do uso de duas argilas, a tauá, que dá o tom avermelhado e a tabatinga, que determina a coloração branca.

Embora as peças sejam variadas, as mais representativas são as figuras femininas e essa predominância não é coincidência: a transformação do barro em artesanato surgiu da necessidade de mulheres e crianças, cujos maridos e pais se deslocavam para grandes centros urbanos e regiões de produção agrícola em busca de melhores condições de sustento para a família.

Essas mulheres – seus rostos, roupas, modos e expressões – vem sendo representados nas figuras de barro. As bonecas e as mulheres se confundem. Estejam elas grávidas, carregando bebês de colo ou até mesmo vestidas de noiva, é impossível não ter a impressão de que o olhar, entre o vago e o esperançoso, as une.

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